Eu saí de casa (no meio de uma pandemia)

Ei, pessoas! Tudo bem? É bem isso que vocês leram no título. Mas calma. Antes que vocês pensem que eu fui dar rolê, que fui imprudente, e...


Ei, pessoas! Tudo bem? É bem isso que vocês leram no título. Mas calma. Antes que vocês pensem que eu fui dar rolê, que fui imprudente, entendam: fui obrigada. Clica pra ler mais e vem entender minha situação e o que eu senti ao sair da quarentena.

Sim. Ando meio desaparecida daqui. A verdade é que não consigo encontrar a mesma inspiraçao pra escrever. Em todos os sentidos (até pra compor e pra escrever meu livro). Inclusive, nem ler meus livros da estante eu to conseguindo. Não tem sido fácil pro meu lado criativo. Mas passada fui obrigada a sair de casa e hoje lembrei que isso seria um bom conteúdo pra dividir com vocês minha visão de como está o mundo lá fora São Paulo nesse momento tão caótico.

Antes de começar, queria dizer que fui fazer exames. Não vou entrar muito em detalhes agora, mas talvez no futuro eu conte toda a história. Esse não é o assunto agora.

Como uma boa moradora de São Paulo, eu tenho o "Bilhete Único", artão de ônibus que permite que eu pegue doi ônibus seguidos e pague apenas uma passagem. É ideal. Eu pagaria apenas R$4,40 pra ir e mais R$4,40 pra voltar (talvez um pouco mais, não cheguei a fazer o itinerário pra saber quantos ônibus eu teria que pegar pra fazer tudo o que eu precisava fazer). Mesmo assim, pensando que estamos no meio de uma pandemia, frequentar lugares pequenos e cheios de pessoas não era uma boa ideia.

Não sei se já cheguei a mencionar aqui no blog, mas tenho asma. Não é tão severa, tenho poucos ataques aqui e ali, não preciso usar tanto a bombinha, mas quando ataca realmente é preocupante. Tenho rinite também e já tive meningite. Eu morro de medo de pegar esse vírus porque tenho muito certo na minha cabeça que, se eu pegar, vou morrer. Simples assim. Então eu tava preocupada mesmo.

Tudo bem, se tu leu esse post aqui, tu deve saber que eu já tinha saído de casa pra adotar meu gato Nicolas e, recentemente, tive que levar ele de volta porque ele ficou doente, mas nada disso chegou perto do pânico que eu tive dessa vez. Não sei explicar.

Então escolhi ir de uber. *Sim. Sei que tenho privilégios ao poder escolher ir de uber a gastar bem mais. Entendo que tem muita gente que essa realidade está bem longe de acontecer, mas não to falando que todos devem fazer isso. Estou apenas dividindo com vocês minha experiência. Se tu não tem condições de pagar um uber, por favor, preste muita atenção nos cuidados que eu tomei e que vou compartilhar contigo nesse post.*

Coloquei minha máscara, meu álcool gel na bolsa, e fui. Eu estava tremendo de nervoso, coração pulando pela boca. Eu nunca me sinto assim. É muito raro eu ter crise de ansiedade na rua (tive uma vez só, lá em 2018 quando nem morava aqui ainda, vide esse post aqui). Respiração acelerada, peito pesado, garganta fechada... Quis abrir a porta e voltar correndo pra casa.

Estava frio. As janelas do carro tem que ficar abertas. O vento gelado na minha cara não tava legal, mas mesmo assim tentei ser otimista. Tentei focar em outra coisa, me distrair, mas ao olhar pela janela, a rua, as pessoas, todos de máscaras, motoristas, passageiros, pedestres, meus olhos encheram de lágrimas. Parece que bateu, caiu a ficha. É insano estar vivendo essa realidade. É completamente surreal ver isso de tão tão perto. - Detalhe que eu não pude colocar as mãos nos olhos pra secar as lágrimas então foi bem agoniante.

Parte dessa emoção que eu tava sentindo também teve a ver com o trajeto que eu estava passando. Era o caminho que eu fazia perto da antiga casa que eu morei, várias memórias bateram de frente comigo, eu já estava super sensível e aquilo só ajudou a me desestabilizar ainda mais.

Beleza. Fiz meu exame, foi super rápido e logo estava voltando pra casa. Graças a Deus. Na volta, proveitei pra passar no mercado já que já estava na rua e foi muito bom. Eu não fazia ideia do quanto eu sentia falta de comprar comida, escolher as frutas e legumes. Isso me acalmou.

Chegando em casa, coloquei as compras na mesa pra elas fazerem a quarentena delas, tirei meu tênis e minha roupa toda na entrada. O ideal é que tenha uma caixa pra tu colocar tudo dentro e só tocar de novo depois de 24h. Eu não sei o quão efetivo é isso (me digam nos comentários), mas é o que eu tenho feito, e corri pro banho.

~Suspiro~

Acabou. Estava em casa de novo, segura, com minha roupa limpa, banho tomado, sem o desconforto da máscara. Espero não precisar passar por isso de novo porque foi uma das piores experiências até agora nesse isolamento.

Tu tem saído de casa? Quem não está podendo fazer quarentena, como tem sido a rotina? Como tu tem se sentido? Vamos compartilhar experiências e conhecimentos pra que ninguém saia prejudicado.

Vejo vocês no próximo post. Até breve!

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